Lu
Sentadas no sofá, sorrindo amarelo. Na rodinha em frente, os maridos, porque eles precisam disso, falam atrocidades. Deixa, vai. Deixa. Afinal, ele é uma besta na jaula. Finalmente. Na jaula. As esposinhas. Um deles pediu: promete estar sempre bem cuidada e maquiada e linda e cheirosa? Então ela está. Uma até queria ir lá na rodinha, tem uma piada melhor pra cu ou peido. Mas ela é esposinha. Imagina que cena? Pode não. Cada uma levou um prato. A que não sabe cozinhar se gaba da empregada. Porque ela não sabe cozinhar mas sabe ensinar. Elas são engenheiras, advogadas, médicas e, as mais ousadas, atendimentos de agência. Elas não vêem a hora de não ser mais nada disso. De se dedicar a pesquisar o preço do piso. Ah, as esposinhas. Ele comeu meia cidade e não casou com a mais bonita ou a mais gostosa ou a mais inteligente. Ele casou com a melhor esposinha. O outro, doido de tudo, tinha muito medo. Adivinha do quê? De mulher doida. Porque homem pode tudo. Te ligar bêbado, insistir pra comer seu rabo quando nem beijo na boca você liberou, surtar na porta do restaurante porque o carro atrasou um minuto, falar de amor no segundo encontro. Agora tente, tente, ter um segundo sequer de desequilíbrio hormonal. Espere, esposinha. Não ligue. Não queira. Não pergunte. Mulher não manda no ritmo de nada. E elas, como mortas vivas, como passivas que pagam alguma penitência para pertencer ao mundo das mulheres que conseguem casar, sorriem amarelo. Desde que o dinheiro continue entrando. Desde que no elevador as pessoas saibam que ela merece respeito, afinal, tem um macho dentro daquela casa. A esposinha não vê que ele flerta de leve, apenas pra alisar o ego do seu pau meia bomba, com todas as outras esposinhas. O outro importou do interior. Tão fofa. Tão, tão. Ce acredita que até barra de calça ela sabe fazer? Elas te olham instigando. É inveja minha o que você tem, não é? Porque eu tenho marido, certo? Porque domingo, enquanto o Faustão berra, enquanto ele dorme roncando, eu bordo almofadas. É inveja, não é? O que é? Porque você me olha? Sentadas retinhas. Ah, a mais ousada, cochicha: ele não sabe que eu tinha um casinho com um cara do trabalho antes de conhecer ele e tal. Puxa! Que ousada! As esposinhas e os jantares para os casais de amigos e as viagens com os casais de amigos. A sociedade que se junta como num suicídio em massa: os casais de amigos! As esposinhas e tudo que engolem e tudo que sufocam e tudo que não suportam. As esposinhas e o segundo antes de dormir, no espelho, tirando a maquiagem, o silêncio, sorriem amarelo: aquelas putas, aquelas, que eles não tiram da cabeça, podem até..podem até...mas quem casou fui eu!
Lu
O título desse texto na verdade não é meu, e sim de um poema do uruguaio Mario Benetti. No original chama-se "Alegria de la tristeza" e estáno livro "La vida ése paréntesis".
O poema diz que a gente pode entristecer-se por vários motivos ou por nenhum motivo aparente, tristeza pode ser por nós mesmos ou pelas dores do mundo, pode advir de uma palavra ou de um gesto,mas que ela sempre aparece e devemos nos aprontar para recebê-la,porque existe uma alegria inesperada na tristeza, que vem do fato de ainda conseguirmos sentí-la.
Pode parecer confuso, mas é um alento. Olhe para o lado:estamos vivendo em uma era em que as pessoas matam em briga de trânsito, matam por um boné, matam para se divertir. Além disso, as pessoas estão sem dinheiro. Quem não tem emprego, procura. Quem tem, segura. E a gente corre para caramba, é escravo do relógio, não consegue mais ficar deitado em uma rede, ler um livro, ouvir uma música. Há tanta coisa para fazer que resta pouco tempo para sentir.
Por isso, qualquer sentimento é bem vindo, mesmo que não seja uma euforia, um gozo, um entusiasmo, mesmo que seja uma melancolia. Sentir é um verbo que se conjuga para dentro, ao contrário de fazer, que se conjuga para fora.
Sentir alimenta, aquieta, ensina. Fazer é muito barulhento.
Sentir é um retiro, fazer é uma festa. O sentir não pode ser escutado, apenas ascultado. Sentir e fazer, ambos são necessários, mas só fazer rende grana, contratos, convites, diplomas, aquisições. Até parece que sentir não serve para subir na vida.
Uma pessoa triste é evitada.Não cabe no mundo da propaganda dos cremes dentais, dos pagodes, dos carnavais. Tristeza parece lepra, praga, doença contagiosa, um estacionamento proibido. Ok, tristeza não faz realmente bem para a saúde, mas a introspecção é um recuo providencial, pois é quando silenciamos que conversamos melhor com os nossos botões. E dessa conversa sai a luz,lições,sinais e a tristeza acaba saindo também, dando espaço para uma alegria nova, revitalizada. Triste é não sentir nada.


Lu
-Mãe, do que morreu 'o' Tiradentes?
-Ele foi enforcado e esquartejado.
-O que é esquartejado?
-Cortaram o o corpo dele em pedaços e espalharam pela cidade.
- VÓÓÓÓÓÓÓÓÓÓÓ!!!! Aonde jogaram a bunda do Tiradentes?
Lu

Sensacional a idéia desse estúdio: perfume para operários em um frasco bem a caráter!!!!
Lu

Gente,


Morri de rir com um site que traz fotos comparando a Suri com a Gossip Girl Blair Waldorf .

Confesso que já teve época em que achava a Suri fofinha, mas com o passar do tempo, aquelas roupinhas, o saltinho e o batom deram um tom um pouco tenebroso para mini-adulta-fashion. Qual o limite dessa criança, meu Deus? Imaginem quando ela tiver vontade fashion própria...

Tchau para você também Suri!