Lu

Pessoas,

Muitos assuntos para comentar: Desde o excepcional domínio da língua inglesa do Joel Santana até a mobilização internacional, via Twitter, contra as fraudulentas eleições no Irã.


No entanto, hoje escreverei sobre a abertura dos arquivos da ditadura pelo Major Curió que trouxe revelações sobre a guerrilha do Araguaia. A matéria foi capa do Estadão do último domingo.


Parênteses para esclarecimentos históricos: A guerrilha do Araguaia, como o próprio nome diz, ocorreu próximo ao rio Araguaia, região de fronteira entre os estados de Goiás, Maranhão e Pará, local que, atualmente, se mantém em estado de conflito por conta das atividades dos grileiros e disputas de terras públicas.

Na época (1972 a 1975), militantes do PC do B mantiveram luta armada contra o regime militar, por meio de (informação nunca, oficialmente, confirmada) subsídios do governo de Cuba.


A novidade trazida pelos arquivos do Major Curió é que cerca de 60% dos guerrilheiros presos pelo Exército na época, foram sumariamente executados e não mortos em combate, com armas em punhos, como constava da versão oficial há mais de 30 anos.


Quem tem na família parentes desaparecidos na época ou se importa, minimamente, com os absurdos ocorridos no passado recente da nação, sabem o peso deste tipo informação.


Estima-se que a localização dos cemitérios clandestinos na região poderá pôr fim à angústia das famílias de dezenas de desaparecidos políticos e obrigar o Estado a prestar a justa indenização pelos crimes por ele praticados durante esse período.


Além disso, a sociedade deve exigir do Estado e das Forças Armadas a divulgação de todos os arquivos relativos ao regime militar como medida de cidadania e de respeito aos preceitos da constituição em vigor.