Lu
Fímbria de melancolia,
memória incerta da dor,
ouço-a no gravador,
no fado que não se ouvia
quando ouvia o seu clamor.
Porque era já no passado
o presente dessa hora
e que me ressoa agora
a um outro mais alongado.

Assim a dor que se sente
no outro obscuro de nós
nunca fala a nossa voz
mas de quem de nós ausente,
só a nós próprios consente
quando não estamos nós
mas mais sós do que ao estar sós.

Onde então estamos nós?

Vergílio Ferreira, in 'Conta-Corrente 1'
1 Response
  1. Anônimo Says:

    ô minha amiga, não tá muito bem, não é? passarei na sua casa para a gente bater um papo.quem sabe eu mnão pago um pouco da enorme dívida de gratidao que tenho com vc? bj Julio