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Ontem, encontrei o Mancha na rua e graças a ele voltei a um tempo bem marcante da minha vida.

Deixe-me explicar:

É difícil alguém que freqüenta ou freqüentou o underground paulista nos últimos 15 anos, não ter ouvido falar no“Tubaína do Demônio”.

Eu me lembro que a primeira demo que caiu na minha mão foi uma cópia enviada para MTV, senão me engano, em 1994 (pois é, a emissora no seu início contratava adolescentes para escrever os releases que iam para o ar). O que me chamou a atenção foi o encarte e as letras como “De Queluz eu não passo” (para quem não sabe, Queluz é a última cidade paulista antes de entrar no estado do Rio de Janeiro). Esse humor totalmente politicamente incorreto foi um marco na época e era irresistível para um(a) adolescente.

A banda nem sequer tinha baterista, se apresentavam com o auxílio de bateria eletrônica nos barzinhos como o Black Jack e no finado Aeroanta, sempre levando muito público. A banda era na verdade a dupla Paulo “Mancha” e “Bife”. Faziam um humor bastante paulista, no estilo do Premeditando o Breque e Língua de Trapo. Com a saída do “Bife” a banda perdeu o “...do Demônio” do nome e ganhou novos integrantes.
Apesar da gravação tosquíssima, era bom ouvir músicas como “O Diabo é Português”, “Deus e o Diabo em Sorocaba” “Nem”, “Biribol” e outras pérolas... As letras eram divertidas e inteligentes e a música quase impossível de se ouvir sem rir.

É óbvio que esse tipo de som é engraçado da primeira vez que se escuta e que é preciso um pouco de paciência para agüentar a precariedade da gravação. Também acho difícil ouvir mais de duas vezes a mesma piada mas é ótimo saber que a banda está ainda na ativa destilando seu humor totalmente politicamente incorreto.

Boa sorte Mancha!